V coreutils: Um coreutils escrito na linguagem V

coreutils in V

V coreutils: Um coreutils escrito na linguagem V

 No ano passado eu escrevi o artigo uutils: Um coreutils escrito na linguagem Rust. Neste artigo eu mencionei que existia outro coreutils escrito na linguagem V (The V Programming Language (vlang.io). V é uma linguagem de propósito geral que foi projetada para ser simples e fácil de manter,  para oferecer bastante poder e poder ser utilizada em quase todos os campos como sistemas operacionais, web, jogos, interface gráfica, dispositivos móveis, ciência, embarcados e muito mais. Existe até mesmo um sistema operacional chamado Vinix escrito na linguagem V e que já roda Bash, GCC e V.

Vinix is an effort to write a modern, fast, and useful operating system in the V programming language.
Vinix: Um sistema operacional escrito na linguagem V

 V é similar a linguagem Go contendo melhorias que podem ser conferidas aqui e também influenciada por Oberon, Rust, Swift, Kotlin e Python. Vale lembrar que a linguagem V ainda está em versão beta (versão 0.4.4 no exato momento que escrevo este artigo) e o autor afirma que não haverá muitas mudanças, apenas melhorias.

Hot code reloading em V. altere as coisas instantaneamente sem recompilar.

 Agora vamos a o que nos interessa que é o coreutils escrito na linguagem V. o V coreutils visa ser uma versão do coreutils mais próximo possível das especificação POSIX e  com muitas extensões GNU (nisso o GNU é muito bom: extensões. apesar que a maior parte delas não foi desenvolvida pelo projeto GNU). A equipe procura desenvolver a implementação de cada comando mas que não seja 100% de paridade, especialmente peculiaridades e efeitos colaterais não intencionais. O V coreutils está sob a licença MIT.

 Eu resolvi compilar e testar os comandos do V coreutils e uma boa parte deles estão prontos; um total de 56 de 109 comandos. O processo de compilação é simples; primeiro baixe o V coreutils utilizando o comando:
git clone https://github.com/vlang/coreutils.git
 Ou baixe o pacote .zip. Com o compilador V instalado em sua máquina, digite o comando
v run build.vsh
 O processo de compilação leva pouco mais de 6 segundos para concluir (sim, muito rápido).

V coreutils compilation process
Tempo do processo de compilação do V coreutils


 A principio aqui ocorre um problema. Assim como ocorre com o Rust coreutils, achei o tamanho dos binários exageradamente enorme. O resulta do processo de compilação é um diretório bin de 60MB e facilmente cada binário ocupando 1MB mesmo linkados dinamicamente... O que é um exagero se levarmos em conta que cada binário deveria ter apenas bytes...


 Porém, eu consegui a informação com o Alexey, autor da V lang, para tentar executar o comando v -prod -skip-unused file.v. Unindo essa informação com a que eu encontrei dentro do arquivo Makefile, eu encontrei a solução de otimização dos binários executando:

v run build.vsh -prod -skip-unused

 O processo de otimização dos binários leva bem mais tempo para concluir (desta vez ~2.30 minutos para a conclusão) porém gerou binários bem menores, alguns tendo tendo 100K - 200K; alguns ainda continuaram grandes, mas OK. O diretório bin no final ficou com 11MB (quase seis vezes menor do que o anterior). O comando cp por exemplo, que anteriormente ocupava 1MB (1008K), passou a ocupar 200K ao ser otimizado. Ainda os considero grandes, mas já é um ganho enorme.

V coretutils: optmized binaries compilation time
V coretutils tempo de compilação de binários otimizados

Resultado do tamanho dos binários após utilizar as opções de otimização.


BUGS E REPORT

 Erros ainda serão visíveis. Temos que levar em conta que se trata de um programa que ainda está em sua versão 0.01, sendo desenvolvido em uma linguagem que ainda em versão beta e que faz uso de certa forma do compilador TinyCC que ficou parado por um longo tempo.


 Então se trata de um baita desafio pela frente. Por exemplo, o comando mkdir já passou na maioria dos testes manuais, mas um bug é fácil de reproduzir. Quando se cria um diretório com a opção -m e definindo as permissões que deseja (644 neste exemplo para fins de testes), ao listar o diretório criado você descobre que diretório foi criado com as permissões de escrita para o proprietário (w sendo que selecionamos leitura e escrita), leitura para outros e stick bit sendo que não selecionamos a opção de stick bit. Este é um bug que vou reportar mas também preciso descobrir se esse é um comportamento que o projeto já havia planejado


 O comando cp, ao tentar copiar um diretório para outro não existente, cria um arquivo vazio.



CONCLUSÃO

 Como já mencionei outras vezes, não existe GNU/Linux uma vez que nem todas as ferramentas que utilizamos nas distribuição são do GNU (alias, elas são a minoria) e as do GNU são substituíveis. Esse já não é o primeiro pacote de comandos que eu apresento aqui, facilmente podemos contar alguns como o embutils, o 9base, o ubase, o Rust Coreutils, o V coreutils, o FreeBSDcoreutils o ChimeraCoreutils e podemos utilizar também busybox ou o toybox e ainda mais outros podem existir.

 SEJA LIVRE DE IDEOLOGIAS INUTEIS.


O coreutils na linguagem V pode ser baixado aqui

Mais sobre o coreutils pode ser conferido aqui

Toca do Tux: A queda da GPL?
 

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